Um dia depois de o colunista Rodrigo Rangel revelar que o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, era investigado por denúncias de assédio sexual a funcionárias, o Palácio do Planalto anunciou ontem sua substituição por Daniella Marques, secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e tida como ‘braço direito’ do ministro Paulo Guedes. A demissão não foi tão sumária quando queria a ala política do governo, preocupada com o impacto das denúncias na campanha eleitoral. Guimarães, que estava à frente do banco desde 2019 e era um dos colaboradores mais próximos de Jair Bolsonaro, chegou a se reunir duas vezes com o presidente, na noite de terça-feira, quando a denúncia se tornou pública, e na manhã de ontem. À tarde, ele entregou sua carta de demissão, negando as acusações. (Metrópoles)
Guimarães bem que tentou aparentar normalidade. Pela manhã, participou da cerimônia de lançamento do Plano Safra 2022/23 acompanhado da mulher, a quem citou no discurso, sem mencionar as denúncias. “São quase 20 anos juntos, dois filhos, e uma vida inteira pautada pela ética”, disse. (Yahoo!)
Então… Segundo a jornalista Ana Flor, o comando da CEF não apenas sabia das acusações de assédio contra o presidente, como trabalhou para acobertá-las. Funcionárias que aceitavam não levar o caso adiante recebiam promoções em troca do silêncio. (g1)
Por essas e outras, a expectativa é que Daniella Marques afaste todos ou pelo menos os nomes mais importantes do núcleo duro montado por Guimarães no banco para blindá-lo de denúncias. O grupo envolveria três vice-presidentes, três assessores e a chefe de gabinete dele. (CNN Brasil)
Bela Megale: “Em menos de uma semana, Bolsonaro viu dois expoentes de seu governo e de suas bandeiras ideológicas – Milton Ribeiro e Pedro Guimarães – protagonizarem crises com potencial explosivo para sua campanha. A questão ideológica que ajudou Bolsonaro a se eleger em 2018 e que marca a gestão do presidente desponta hoje como um dos focos de maior desgaste em seus planos de reeleição.” (Globo)
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