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COMPOSIÇÃO DA CPI É NOVA DERROTA DO GOVERNO

Deixado sem alternativa pela ordem do ministro do STF Luiz Roberto Barroso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criou a CPI para investigar a ação do governo federal durante a pandemia e deu dez dias para que partidos e blocos indiquem seus representantes. Na verdade, é uma CPI híbrida. Pacheco uniu o requerimento original de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao do governista Eduardo Girão (Podemos-CE), que queria incluir governadores e prefeitos entre os investigados. A Mesa Diretora do Senado, concluiu, porém, que a Casa não tinha atribuição constitucional para investigar estados e municípios. Assim, outros entes da federação só entrarão na apuração se o caso envolver repasses federais. (G1)

Tanto quanto a instalação da CPI, desagradou ao Planalto sua composição, para a qual esperava maioria mais confortável. Serão 11 titulares e sete suplentes, com maioria independente ou crítica ao Executivo. Os tucanos querem Tasso Jereissati (PSDB-CE) na presidência, enquanto o MDB briga pela relatoria, com Renan Calheiros (AL) liderando a disputa. Ambos malquistos no Palácio. A combinação promete sérias dores de cabeça para o Planalto. (Estadão)

Malu Gaspar: “Parlamentares da base governista consideram que o fato de estarem em minoria, com cinco dos 11 titulares, contra seis já atribuídas aos oposicionistas, torna o governo mais suscetível. Por isso, calculam que a presença na CPI será uma forte moeda de troca pela liberação de recursos e nomeação de apadrinhados para cargos no governo.” (Globo)

O resumo do dia foi dado pelo próprio Jair Bolsonaro respondendo ao pedido de uma apoiadora para que sorrisse para uma foto na entrada do Alvorada: “O dia que eu passei e (você ainda) quer que eu sorria?”. (Estadão)

Diante desse cenário, a estratégia dos bolsonaristas é atrasar ao máximo a instalação da comissão. O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), apresentou requerimento para que a CPI seja presencial e que só funcione quando todos os integrantes e depoentes forem vacinados. (Globo)

Os olhos do Planalto também estão no STF, que julga hoje a liminar de Barroso determinando a abertura da comissão. Não há qualquer esperança de que ela seja derrubada, mas alguns ministros concordam com a tese de que CPI só deva funcionar quando o Senado retomar as sessões presenciais, para o que não há previsão. (G1)

Josias de Souza: “O esforço do governo para retardar o trabalho da CPI produz uma tática praticamente suicida. O prazo de funcionamento da CPI é de 90 dias, prorrogáveis por igual período. Acionando a barriga, Bolsonaro encosta a investigação no calendário eleitoral. E empurra o debate sobre a responsabilidade pelo elevado número de mortos por Covid para dentro da sucessão presidencial de 2022.” (UOL)

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