O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que os movimentos sociais estão no seu papel ao criticar corte de despesas pelo governo e que é bom ter um contraponto às pressões do mercado financeiro. Ainda assim, deixou claro que vai apoiar o ajuste que está sendo elaborado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.
“Tenho total compromisso com o esforço do governo para o arcabouço fiscal. Ainda não está definido, mas na hora que sair o pacote de ajuste, vou defendê-lo”, disse Mercadante durante coletiva sobre os resultados dos banco no terceiro trimestre. “Confio que a equipe econômica, com presidente Lula coordenando, vai ter decisão sábia”, acrescentou.
Questionado sobre críticas do PT e de outros partidos de esquerda sobre os cortes de gastos, ele afirmou que “o partido do governo tem de sustentar o governo em qualquer cenário, tem que acompanhar as decisões”. Segundo ele, o PT é um partido muito diverso. “Às vezes o PT é um partido tão complexo que não precisa nem de oposição, ele cumpre todos papéis”, afirmou.
Em diversos momentos, Mercadante afirmou que o BNDES está fazendo um esforço muito grande para ajudar no resultado fiscal. Ele lembrou que este ano o banco vai pagar R$ 25 bilhões em divivendos, o que dá quase 125% do lucro do ano passado. “Esse patamar de dividendos não é sustentável, estamos fazendo um esforço extraordinário este ano para ajudar o arcabouço fiscal”.
Mercadante reforçou ainda que é preciso buscar uma trajetória sustentável para o crescimento das despesas obrigatórias, já que a expansão dessas linhas acaba comprimindo o espaço para investimentos. “É o investimento que está liderando o crescimento da economia, desafio é sustentar isso”.
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