Anualmente são perdidos até US$ 130 bilhões em fraudes como clonagem de chip e de voz por inteligência artificial, abertura de contas falsas e outros golpes sofridos pelas empresas da América Latina, segundo uma pesquisa da consultoria global McKinsey. Entretanto, o mesmo estudo avalia que metade dos prejuízos poderia ser evitada, levantando uma economia de US$ 65 bilhões, caso houvesse uma estratégia preventiva e integrada.
No cenário brasileiro, os danos causados pela falta de proteção digital seguem crescendo. Nos últimos dois anos, 60% das corporações tiveram aumentos nas perdas. Um levantamento regional, encomendado pela Mastercard e realizado pelo Instituto Datafolha, mostrou que 64% dos empreendimentos no Brasil são alvos de fraudes e ataques online com média ou alta frequência.
O motivo principal seria a falta de investimento em cibersegurança: os dados atestam que 84% das empresas consideram o tema muito importante, mas não é considerada uma prioridade no orçamento para 23% delas. “É necessário mudar esse cenário. A inteligência artificial está só começando e já traz enormes desafios. Precisamos de ferramentas para evitar os potenciais negativos que ela carrega, como disseminação de informações falsas, manipulações, deepfake e outras fraudes”, afirma Rodrigo Tozzi, chefe de operações da Tools for Humanity no Brasil.
A empresa é colaboradora da World, protocolo co-inventado por Alex Blania e Sam Altman, CEO da OpenAI. A proposta é criar uma infraestrutura de prova de humanidade que ateste que o usuário de um serviço é um ser humano único. “Criamos assim uma ferramenta que atuará como uma camada de segurança e confiança para validar a humanidade nas interações e transações digitais”, explica.
Para tanto, a ideia é fornecer ao maior número de pessoas credenciais individuais e únicas geradas pela biometria de íris por meio da Orb, câmera de alta resolução que tiram fotos do rosto e dos olhos. Atualmente, mais de 11 milhões de pessoas já verificaram sua humanidade no mundo, todas realizadas de forma presencial. A World afirma que não é necessário fornecer dados pessoais e que o código gerado é encriptado, anônimo e enviado apenas para o celular do titular. “Essa identidade servirá como garantia de autenticidade humana de uma forma que será mais resistente para inteligência artificial burlar”, aponta Tozzi.
Ele explica que tecnologias como essa trabalham como aliadas das empresas por reforçarem a segurança digital de dados compartilhados, evitando fraudes, ampliando a confiança do cliente e, consequentemente, acelerando o crescimento empresarial. “E estamos falando dos mais variados setores, como instituições financeiras, indústria, redes sociais, aplicativos diversos e comércios eletrônicos, entre outros. A segurança de dados precisa ser tratada como parte da estratégia de qualquer negócio”, afirma.
Olhando para o futuro, a World ainda projeta uma expansão para além da tecnologia de verificação de humanidade, pavimentando um caminho para uma nova economia global digitalizada. A proposta vai em direção similar à inclusão financeira e oferecer que todas as pessoas possam ser parte da economia global do futuro.
Nesse sentido, outro braço da World está ligado ao chamado Worldcoin (WLD), um token global que pode ser usado no aplicativo World App. Titulares de um World ID têm acesso a uma carteira digital com os criptoativos e podem realizar transações internas e podem usar para acessar uma série de miniaplicativos dentro do World App, como jogos online, recargas de celular e até doações.
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