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Caso Marielle: sobrevivente diz que a vida mudou completamente depois do atentado | Rio de Janeiro

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz começaram a ser julgados, nesta quarta-feira (30) pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro. O júri popular começou com mais de uma hora de atraso. Os réus, que estão presos desde 2019 e já confessaram a participação no crime, participam de forma remota, por videoconferência. A primeira testemunha a ser ouvida foi a assessora da parlamentar, Fernanda Chaves, sobrevivente do atentado.

Ela não quis falar na frente dos réus, o que foi acatado pela juíza Lúcia Glioche. Por isso, a transmissão deles foi cortada nesse primeiro momento. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz devem acompanhar o depoimento de outras testemunhas, se elas autorizarem. Fernanda também falou por videoconferência, não foi até o plenário.

A assessora falou por 1h20min. Ela contou tudo o que aconteceu naquela quarta-feira, dia da morte dos dois. Ela disse que tem lembranças confusas sobre aquele dia. E que no momento dos tiros, achava que estava passando por algum confronto; por um tiroteio. Disse também que a vida dela mudou completamente depois do atentado e que precisou sair do país.

Fernanda Chaves descreveu como isso afetou a vida da família dela, do marido e dos filhos, que saíram do país junto com ela. Ela falou que o pior impacto foi para a filha dela, já que eles saíram do Rio de Janeiro abaixados, em um carro, escoltados e de boné, como se estivessem em fuga. A assessora ainda disse que precisou explicar para a filha o que era assassinato, porque ela desconhecia.

Fernanda respondeu também perguntas do Ministerio Público, que mostrou fotos do dia do atentado, de como os tiros atingiram o carro. Fernanda disse acreditar que só não foi atingida porque se abaixou e teve o corpo de Marielle como escudo quando ela caiu para frente.

Fernanda foi a primeira de nove testemunhas que vão prestar depoimento no julgamento. Agora será ouvida a mãe de Marielle, Marinete da Silva. Ela não se opôs a falar na frente dos acusados e está começando a prestar depoimento.

Além dela, as outras testemunhas de acusação são a viúva de Anderson, Ágatha Reis;; a viúva da vereadora, Monica Benício; uma perita criminal; e dois agentes da Polícia Civil.

As outras duas foram arroladas pela defesa de Ronnie Lessa: o agente federal Marcelo Pasqualetti e o delegado Guilhermo de Paula Machado Catramby, da Polícia Federal.

A expectativa é que todas as testemunhas sejam ouvidas hoje.

O júri foi sorteado antes de começar o julgamento. Inicialmente foram selecionados cinco homens e duas mulheres — mas elas foram dispensadas pelas defesas de Lessa e Queiroz. Acusação e defesa podem recusar, cada um, até três jurados de cada lado sem precisar justificar. Então, o júri é composto 100% por homens.

Lessa e Queiroz foram denunciados por duplo homicídio qualificado – da vereadora e do motorista Anderson Gomes; tentativa de homicídio, contra a assessora de Marielle Fernanda Chaves, que também estava no carro no momento do ataque; e receptação do veículo utilizado no crime, em 14 de março de 2018.

O Ministério Público do Rio afirmou que vai pedir que eles sejam condenados à pena máxima possível: 84 anos de prisão.

Os ex-PMs estão presos desde março de 2019. Esse primeiro dia de julgamento deve ir até 3h da manhã. A expectativa do tribunal de justiça é que o julgamento dure 2 dias. Mas dependendo do desenrolar dos depoimentos, pode se estender até sexta-feira.

Caso Marielle: sobrevivente diz que a vida mudou completamente depois do atentado | Rio de Janeiro
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