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Debate sobre futuro da economia trata do corte de gastos e investimentos | CBN Especial

Num debate sobre o futuro da economia brasileira, alguns assuntos são obrigatórios. O corte de gastos e a boa entrada de investimentos estrangeiros entre eles.

Para Ana Paula Vescovi, ex-secretária da Fazenda no governo Temer e hoje economista-chefe do Banco Santander, são temas intrinsecamente ligados:

“Fica inevitável a gente entender que um bom controle de gastos, um bom controle de contas públicas, ajuda sim a gente a ter uma financiabilidade maior. Então, nesse contexto, onde a gente está sem capacidade ociosa, com um ambiente macroeconômico desfavorável para investimentos, e com essa incerteza do tamanho que vai ser a taxa de juros amanhã, ou seja, a gente vai precisar aumentar a carga tributária para fortalecer as contas públicas depois de amanhã, isso trava o crescimento da economia”.

A melhora da economia passa, na opinião de Caio Megale, da XP Investimentos, por romper algumas barreiras. Hoje, há investimentos que são conectados com receitas, ou seja, quanto maior a receita do governo, maior deve ser o investimento. Para o economista, essa chamada indexação pode não ser positiva:

“Qualquer medida, na minha visão, que vá na direção de ingessar, indexar mais o orçamento público, são medidas ruins. Se a gente voltar atrás em algumas dessas medidas, por exemplo, a indexação do salário mínimo, é muito importante, é importante que o salário mínimo suba, só que o salário mínimo indexa uma parte bem grande da despesa pública brasileira. Uma desvinculação desse sentido, ou mudança na regra do salário mínimo, para que pelo menos a gente falasse, será que esse ano só a inflação já não é suficiente, o país está crescendo bem, o desemprego está baixo, a renda está subindo, a questão dos mínimos da saúde e educação, que são indexadas à receita, então a receita está crescendo 10%, tem que crescer as despesas em 10%, pelo menos nessas áreas”.

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, engrossa esse mesmo coro. De acordo com o especialista, é preciso repensar os ajustes de salário mínimo e de previdência social:

“No mundo todo, em vários países do mundo, nem em todos os países do mundo, em geral os governos tentam proteger poder de compra do aposentado, e se dá correção da inflação para os aposentados, mas no Brasil não. No Brasil a gente dá correção, mas a gente dá um aumento real de aposentadoria. Isso tem impacto muito forte no gasto público. Praticamente metade do gasto público federal é aposentadoria, dos servidores civis e de servidores públicos, inclusive militares também”.

Os economistas participaram do painel Caminhos do Brasil, promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, durante o Global Voices, evento da Confederação Nacional do Comércio.

Debate sobre futuro da economia trata do corte de gastos e investimentos | CBN Especial
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