Pelo menos 13 mulheres foram vítimas de violência a cada 24 horas em 2024 nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. O dado está no boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13).
Em entrevista ao Jornal da CBN, a pesquisadora Francine Ribeiro, da Rede de Observatórios de Segurança, explicou que a pesquisa inclui dados de feminicídio, homicídio, violência física contra a mulher, ameaça, entre outros tipos de violência.
A pesquisadora reforçou a importância da lei do feminicídio, mas lembrou que a questão da violência contra a mulher não é apenas jurídica:
“Não diz respeito apenas à questão jurídica, mas à questão de deficiência dos órgãos de proteção e também de uma falta de conscientização da sociedade em estabelecer que a violência contra a mulher não é algo natural. É muito importante que a gente pense tanto no aspecto protetivo da denúncia, mas também o legislativo. Porque quando você especifica uma lei para proteção, é uma punição que ela é diferenciada do homicídio, por exemplo, então ela vai ser mais grave para o autor do crime. Então, de alguma forma, cria uma restrição. Ele vai pensar mais de uma vez antes de cometer um crime desse tipo quando ele sabe que a punição existe”.
Francine Ribeiro destacou ainda que 70% dos agressores são companheiros e ex-companheiros.
“Quando você observa que as dinâmicas relacionais estão pautadas nessa relação de subjugar a mulher, de poder e, realmente, de uma visão masculina de que, ‘ah, desviou de algum aspecto que eu não concordo, então ela vai apanhar’. Então, ela vai sofrer a violência”.
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