Com a próxima semana esvaziada em razão do feriado da Páscoa, o PL só deve apresentar o requerimento de urgência do projeto da anistia em 24 de abril. Essa é a data da próxima reunião de líderes com o presidente da Câmara, Hugo Motta, que inclusive está fora de Brasília. Ele viajou com a família para o exterior na quinta-feira e só retorna no dia 20 de abril.
Nesse tempo, assume o vice-presidente, o deputado Altineu Cortes que, embora seja do PL, já disse que não vai discutir a proposta que divide governo e oposição e deixa o STF em alerta, já que os parlamentares buscam o perdão ou redução de penas dos condenados do 8 de janeiro que cometeram crimes que não são passíveis de anistia. Mas Motta tem sido fortemente pressionado a pautar o projeto, especialmente por parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e também pelo centrão.
Até agora, o requerimento de urgência tem 265 assinaturas, inclusive de deputados da base do governo, como o União Brasil, MDB, PSD e PP que inclusive possuem espaços em ministérios. O apoio ao projeto da anistia tem pressionado o governo e a recente fala da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o indicativo de que o Planalto pode negociar revisão de penas para algumas pessoas gerou um mal-estar até dentro do governo e também com ministros do STF. Apesar de um dia depois ela ter feito um gesto de que qualquer revisão de pena cabe “única e exclusivamente” ao Supremo, parlamentares da ala mais à direita entendem que, apesar de publicamente ser contrário a anistia, o governo também tem sido pressionado a encontrar um meio-termo.
O líder do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante, disse que depois de apresentar o requerimento de urgência na reunião do dia 24 de abril, o projeto já estaria pronto para ser analisado pelo plenário até o fim do mês. Ele diz que o tema une base e oposição e calcula pelo menos 300 votos favoráveis ao projeto.
O requerimento de urgência faz com que o projeto seja votado diretamente no plenário, sem precisar passar por comissões. Na Comissão de Constituição e Justiça, o texto tinha como relator o deputado Rodrigo Valadares, do União Brasil. O PL defende que a relatoria permaneça com ele ou com outro deputado que não seja do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro para reduzir resistências ao texto.
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