Em seu segundo dia de depoimentos na CPI da Pandemia, o general Eduardo Pazuello mostrou consistência com seu desempenho da véspera. Ou seja, mentiu. Desta vez, porém, os senadores estavam melhor preparados. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) apontou nada menos que 15 “afirmações falsas” do ex-ministro da Saúde. (Globo)
O general foi flagrado em pelo menos uma contradição grave. Na véspera, ele dissera que Jair Bolsonaro não tinha ingerência sobre as decisões do ministério no combate à pandemia. Ontem, Pazuello admitiu que o presidente decidiu não intervir no Amazonas durante a crise do oxigênio. Segundo o general, o governador Wilson Lima (PSC) disse não haver necessidade de ajuda, o que foi desmentido mais tarde pelo governo do estado. (Estadão)
Houve até um momento de ironia. Ao tentar explicar o motivo para o aplicativo TrateCov, do Ministério da Saúde, recomendava cloroquina até para bebês, Pazuello disse que a plataforma havia sido hackeada. O presidente Omar Aziz ironizou a resposta: “O hacker é tão bom que conseguiu colocar o programa em uma matéria extensa na TV Brasil”. (Veja)
Confira a checagem das declarações de Pazuello à CPI no segundo dia de depoimentos. (Aos Fatos)
Vera Magalhães: “O resumo da ópera da parte relevante do segundo dia de depoimento de Eduardo Pazuello é que a interrupção da oitiva na noite de quarta-feira serviu para que o G7, maioria da CPI da Covid, se reorganizasse, estudasse os assuntos que estava deixando sem contraposição e apontasse, finalmente, as mentiras, contradições, lacunas e sofismas do general.” (Globo)
Em sua live semanal, porém, Bolsonaro disse que seu ex-ministro deu um depoimento “muito bom” e classificou o trabalho da comissão como “vexame”. (CNN Brasil)
Em documentos enviados à CPI, a Pfizer mostra que, entre agosto e setembro do ano passado, enviou dez e-mails pedindo um posicionamento sobre a oferta de vacinas, sem obter respostas. (Folha)
As redes sociais entraram no embate da CPI. Renan Calheiros, inclusive, abriu espaço para a “pergunta do internauta”. Há perfis do Twitter e grupos do Telegram que municiam senadores com evidências que desmentem depoentes. Mas quem está por trás deles? (Núcleo)
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