Elon Musk declarou que os ataques vieram de endereços ucranianos, mas especialistas não confirmam origem exata dos invasores

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Na última segunda-feira (10), a rede social X (antigo Twitter) enfrentou interrupções intermitentes, e o proprietário Elon Musk atribuiu a falha a um “ataque cibernético massivo”.
Musk sugeriu que o ataque fosse realizado por um grupo coordenado ou até um país. Um grupo pró-Palestina chamado Dark Storm Team assumiu a responsabilidade rapidamente, mas o dono da rede social posteriormente afirmou que os ataques originaram de endereços IP ucranianos.
Como foi o ataque direcionado ao X
- Segundo informações do Wired, especialistas em segurança explicaram que o tipo de ataque sofrido pelo X é conhecido como DDoS (negação de serviço distribuída), onde um grande número de computadores, ou “botnet”, sobrecarrega os sistemas com tráfego excessivo.
- Esse tipo de ataque é frequentemente difícil de rastrear com precisão, já que os invasores usam dispositivos comprometidos, VPNs ou proxies para mascarar sua localização real.
- Pesquisadores observaram cinco ataques distintos ao longo do dia, com a Cisco confirmando condições típicas de um ataque DDoS, como perda significativa de tráfego.
- Embora ataques DDoS sejam comuns, esse incidente teve impacto devido à falta de proteção adequada em alguns servidores do X, o que permitiu que os invasores os atacassem diretamente.
Embora Musk tenha afirmado que os ataques vieram de endereços ucranianos, especialistas em tráfego de dados não confirmaram a origem ucraniana no ataque, observando que a simples presença de IPs de um país não é suficiente para identificar a verdadeira origem do ataque.

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A segurança do X foi posteriormente reforçada. Além disso, Elon Musk tem criticado publicamente a Ucrânia e o presidente Zelensky, o que adiciona uma camada de complexidade geopolítica ao incidente.
No entanto, especialistas alertam que, com base nos dados de IP, não é possível concluir com certeza a identidade ou intenção dos atacantes.
“O que podemos concluir dos dados de IP é a distribuição geográfica das fontes de tráfego, que pode fornecer insights sobre a composição da botnet ou infraestrutura usada. O que não podemos concluir com certeza é a identidade ou intenção real do perpetrador”, diz Shawn Edwards, diretor de segurança da empresa de conectividade de rede Zayo ao Wired.

Ainda de acordo com o Wired, o pesquisador independente de segurança Kevin Beaumont e outros analistas encontraram evidências de que alguns servidores de origem do X, responsáveis por responder a solicitações da web, não estavam devidamente protegidos pelo serviço de mitigação de DDoS da Cloudflare e estavam visíveis publicamente. Como resultado, esses servidores poderiam ser alvo direto de ataques. Desde então, o X reforçou a segurança dos servidores.
A Cloudflare, lembrando, é uma empresa de tecnologia que fornece serviços de segurança.

Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
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