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Gargalos que castigam o comércio e a cidade de Fortaleza – Egídio Serpa

Pelo que esta coluna observa, o comércio varejista de Fortaleza, incluindo o de supermercados, enfrenta alguns percalços, desde as feirinhas com seus improvisados quiosques no meio da rua, até os apertados galpões, dentro dos quais há, digamos assim, um mal ajambrado shopping popular (e põe popular nisso), sem falar na sua visível sonegação tributária. Tudo isto no entorno da Catedral da Sé, ponto turístico da quarta maior capital do país. É um problema nacional, não sendo, pois, uma exclusividade fortalezense.

Esses percalços – para os quais todas as soluções tentadas foram até agora em vão – agigantaram-se e tornaram-se, hoje, uma grande dor de cabeça para a liderança do varejo comercial da cidade e outra, maior, para as autoridades da Secretaria da Fazenda, cujos fiscais suam bastante para garantir, nessa febril, crescente e irregular atividade econômica, a parte que cabe ao Tesouro estadual.

Este é um cenário do que se passa no centro comercial urbano de Fortaleza, onde a azáfama se estende, também, às praças do Ferreira, José de Alencar e Castro Carreira (a famosa Praça da Estação).

Quando esta cidade foi projetada, o responsável pelo projeto imaginou que ela teria, sempre, as mesmas 50 mil pessoas da época. Por isto, desenhou ruas estreitas com calçadas medindo no máximo dois metros de largura. Deu no que deu. O pior é que, na Aldeota, para onde a cidade cresceu no século passado, e nos bairros mais novos, surgidos neste Século XXI, aquela tendência de tudo apertadinho foi mantida.

Felizmente, cabeças mais inteligentes e modernas, ampliadas por viagens às maiores cidades do mundo, estão contribuindo para a modernidade de Fortaleza, e quem ainda tem dúvida é só dar um passeio pela Avenida Beira Mar, um projeto urbanístico sem par no Brasil – nenhuma cidade brasileira tem uma área à beira do mar tão bonita, atraente, larga e limpa como a nossa. E pode, ainda, esticar o passeio aos novos condomínios residenciais horizontais ou às cidades inteligentes que se erguem na geografia do município de Eusébio, como o Alphaville Alpha, por exemplo, onde tudo foi planejado de acordo com a nova arquitetura – tem até fiação subterrânea, sem falar em tratamento de esgoto e rede de coleta e drenagem de águas pluviais.

Manter lojas de rua em Fortaleza é, hoje, um sacrifício a que se dedicam, aqui, os apaixonados pelo varejo. Mesmo estes estão, agora, preferindo a comodidade, o conforto e a segurança dos shopping centers, onde está, permanentemente, o consumidor de renda mais alta.

Ontem, um consultor empresarial, que pediu o anonimato, disse à coluna que, assim como a indústria e a agropecuária, “a questão da insegurança pública chegou ao comércio, tanto o de rua quanto o de shopping center, e isto tem como causa a presença mais ousada do crime organizado e suas facções que lutam pela conquista de espaço e se aproveitam da precariedade do serviço público para impor, pelas armas e pela propagação do medo, seus métodos e suas condições, os quais, agora, invadiram também a atividade econômica, é só ver o que está acontecendo em Caucaia, onde o crime criou sua própria empresa provedora de internet, sua própria empresa distribuidora de gás e energia, e as quer implantadas até no Complexo do Pecém”.

O mesmo consultor reconheceu que “o problema do crime organizado não é cearense, virou uma praga nacional que precisa de ser enfrentado com inteligência e não só com o aumento da tropa policial, que é relevante”. Ele acrescentou que, na hora de decidir onde investir, o empresário industrial, da agropecuária, do comércio e do serviço observa todos os fatores, incluindo o da segurança pública, “e esta é uma preocupação que saltou da última para a primeira posição”.

Ontem, a Polícia anunciou a prisão de 12 suspeitos de participarem dos ataques a empresas de internet no município de Caucaia e, também, no Complexo do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Esta é uma boa notícia, pois reveladora da ação efetiva das forças estaduais de segurança. A ação policial integra a “Operação Strike” desencadeada para combater a ação de grupos criminosos que vêm agindo naquelas áreas.

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