O capitão Jair Bolsonaro não é lá uma indivíduo corajosa uma vez que o seu colega de patente Ahab, o obcecado protagonista de Moby Dick, mas tem lá a sua fissura em perturbar as baleias.
Em vez do navio baleeiro Pequod, uma vez que o vingativo capitão do livro do repórter norte-americano Herman Melville (1819-1891), o zero homérico ex-presidente pilotava o seu jet ski no litoral setentrião paulista.
O motivo para importunar uma baleia-jubarte, bicho seriamente ameaçado de extinção, seria unicamente fazer uma perdão, tirar uma vaga, cometer uma traquinagem a ser filmada para as redes sociais. Sim, aquela coisa de fortalecer, entre os fanáticos seguidores, a imagem do presidente “tosco, simplão e zoador”, saca?
O vídeo agora pode ser a prova de um violação cometido pelo capitão que adora chacoalhar pelos mares. A Polícia Federalista intimou o Jair a prestar prova, dia 7, sobre a verosímil “importunação premeditado” ao mamífero.
O pedido foi feito pelo Ministério Público Federalista, depois de ser acionado por fiscais do Ibama. A pena para o verosímil violação varia entre dois a cinco anos de prisão, além de multa.
O mais irônico é que o rolê de jet ski no litoral de São Sebastião (SP), tratado unicamente uma vez que chufa pela equipe de assessores de Bolsonaro, pode complicar o ex-presidente até mesmo antes da penca de outros possíveis crimes considerados mais graves — tentativa de golpe de Estado, desvios de joias milionárias das Arábias, notícias falsas sobre a Covid, cartão falso de vacina, formação de milicias digitais, interferência na PF, Abin paralela etc.
Uma vez que a prova seria o próprio vídeo produzido pelos assessores no feriado de Corpus Christi de 2022, a importunação à baleia pode render a primeira denúncia de um procurador da República em relação aos atos do ex-presidente. É sempre bom lembrar que o capitão da moto aquática sequer foi indiciado em qualquer sindicância até o momento.
Seria a máxima ironia da história, data vênia, se o capitão negacionista caísse — juridicamente falando — no incidente do jet ski, depois de ser réu de tantos outros crimes.
Seria cômico, meme pronto desde já, se a baleia provocasse uma pena de Jair antes das ações do ministro do STF Alexandre de Moraes, o Xandão perseguido pela turma extremista.
Inevitavelmente lembraríamos do B.O. do Al Capone, o gangster que pisoteou o Código Penal na Chicago dos anos 1930, e, pasme!, foi fisgado por uma lambança no Imposto de Renda. Salvem as baleias. Até a próxima.
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