Por Mônica Bergamo
(Folhapress) — O estudante Gabriel Costa, fruto da cantora Gal Costa, entrou na Justiça com um pedido para que o corpo da mãe seja exumado e que seja realizada uma necrópsia que estabeleça a justificação da morte dela.
A petição, assinada pelas advogadas Luci Vieira Nunes e Mariana Athaíde, foi apresentada nesta quarta (13).
A diploma de óbito de Gal, que morreu em novembro de 2022, atesta que ela foi vítima de um infarto agudo do miocárdio e que já estava doente, com cancro de cabeça e pescoço. Mas Gabriel quer que a justificação da morte seja esclarecida de forma definitiva.
Ele pede também que os sobras mortais da cantora sejam transladados de São Paulo para o cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Gal queria ser enterrada com sua mãe, no Rio
O jovem quer que Gal seja enterrada ao lado da mãe dela, Mariah Costa Penna, num sepulcro perpétuo que a própria cantora comprou para que as duas fossem colocadas lado a lado depois da morte.
Mãe e filha eram muito ligadas, e o veste de Gal ter sido enterrada em um cemitério em São Paulo causou revolta entre seus amigos mais próximos.
A decisão de que seu corpo ficasse no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, no bairro da Consolação, em São Paulo, foi tomada por Wilma Petrillo, que se diz viúva da cantora.
Gabriel, que hoje tem 18 anos, era menor de idade e não pôde interferir. Ele hoje questiona na Justiça as declarações de Petrillo de que era mulher da cantora e a fração do patrimônio de Gal reivindicada por ela.

Gal e Gabriel: mãe e fruto desde que o jovem tinha somente dois anos, quando foi adotado pela cantora
Gal era filha única, e foi criada somente pela mãe. O pai formou outra família e nunca se aproximou dela, o que fez com que as duas se conectassem ainda mais, uma vez que contou a artista em entrevista à poste de Mônica Bergamo em 2017.
Por isso, o fruto quer a remoção.
A polêmica sobre o sítio do enterro surgiu logo depois do falecimento da cantora, em novembro de 2022. Um dos primeiros a se manifestar foi o cantor e compositor Paulinho Lima, que trabalhou uma vez que empresário da artista.
“Gal Costa comprou um sepulcro perpétuo no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro, quando faleceu sua mãe. Neste cemitério, estão sepultados Carmen Miranda, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Cazuza, Glauber e Anecy Rocha, os membros da Liceu Brasileira e a maioria dos grandes artistas e personalidades do nosso país. Gal, intuitiva uma vez que era, até isso deve ter previsto”, iniciou ele.
“Não é justo que seja sepultada num sepulcro que não é seu e que seja dificultada a chegada de seus fãs e amigos para homenagens e despedidas finais. Por que isso tudo está acontecendo? Quem deseja extinguir e esconder essa pessoa namorada por tantos? O que há por trás de tudo isso?”, questionou.
A advogada sustenta que Gal manifestou o libido de ser enterrada ao lado da mãe, e que isso precisa ser respeitado. “Uma vez que é sabido, antes mesmo do promanação e até a morte, a pessoa humana goza da garantia do recta da personalidade”, afirma Luci Vieira Nunes.
“Em caso de falecimento, subsiste a sintoma de última vontade expressada pela pessoa quando em vida, uma vez que é o caso do testamento e de disposição de última vontade acerca do sepultamento”, segue ela.
“Gal Costa, legitimamente amparada no recta da personalidade e na proteção que a lei confere a todo sujeito, deixou evidente para amigos e familiares o seu último libido de ser sepultada juntamente com sua mãe no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, cidade onde viveu por longos anos, apesar de seu apreço pela cidade de São Paulo, onde foi sepultada, uma vez que também pela cidade de Salvador (Bahia), sua terreno natal”, diz ainda a advogada.
Luci afirma ainda que “a lei legitima o familiar mais próximo, no caso o fruto único da cantora, a atuar em obséquio dos interesses deixados por ela, e diante da notória e pública sintoma sobre a destinação de seu corpo posteriormente a morte, somente seu fruto Gabriel tem legitimidade para treinar o recta ao defunto de sua mãe”.
A advogada explica que, uma vez que Gabriel era menor de idade quando a mãe morreu, “e uma vez que não havia nenhum representante lítico do menor, a escolha do sítio de sepultamento foi feita de forma precipitada por Wilma Petrillo, apesar de ser conhecedora da vontade de Gal Costa”.
Por isso, segue ela, “Gabriel, ao completar a maioridade recentemente, questiona o desrespeito ao recta de sua mãe, por isso está buscando a devida reparação perante o Poder Judiciário, requerendo a exumação do defunto e o traslado subitâneo para o Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro”.
Leis amparam pedido de fruto
Ela cita ainda as leis que amparam o pleito.
“O Código Social Brasiliano (2002) em seu item 11, dispõe que: ‘com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu treino suportar limitação voluntária’. A proteção lítico ao Recta da Personalidade está fundamentada na Epístola da República de 1988”, escreve.
“Deve ser respeitada a vontade do sujeito sobre a destinação de seu patrimônio e do corpo, desde esta não viole o ordenamento jurídico. A finalidade do instituto é proteger a honra da pessoa humana, uma vez que acontece com a integridade física, psíquica, moral, imagem, intimidade e a vida privada, o nome, e outros atributos da pessoa”, finaliza a advogada.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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