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Flagrante da Embaixada queima chance de asilo e fuga de Bolsonaro

Ao ser flagrado em vídeos e reportagem do “New York Times”, na sua fuga de 40 horas na Embaixada da Hungria em Brasília, Jair Bolsonaro queimou a sua melhor chance de um porvir asilo político em caso de decreto de prisão por segmento do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Esse foi o grande prejuízo, no balanço de políticos que conversaram com ex-presidente depois da revelação do jornal norte-americano.

A invenção frusta qualquer teoria de buscar abrigo de novo no mesmo sítio ou na mansão diplomática de outro país — o ministro do Supremo estará mais vigilante em caso de manobras parecidas.

Esse sentimento de que cometeu um erro infalível, uma barbeiragem política, mexeu com o ex-presidente, familiares e amigos mais próximos.

Para fechar ainda mais o horizonte, novas medidas cautelares podem ser impostas pelo STF — o uso de tornozeleiras eletrônicas, por exemplo —, complicando as possibilidades de asilo ou uma escapulida estratégica.

Bolsonaro sentiu que fez besteira, queimou um recurso que poderia ser utilizado depois. Quem esteve com ele nesta semana percebeu o desânimo do autointitulado “imbrochável”.

Corta para cenas marcantes e melancólicas.

A noite de segunda-feira (25/03) era de gala no Theatro Municipal de São Paulo, na região mediano da cidade. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) fazia as honras da mansão na entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama Michelle — um mimo ofertado pela bancada de vereadores bolsonaristas.

A sarau de homenagem à esposa, mesmo com direitos a dobrados patrióticos da margem da Polícia Militar de SP, não conseguia mudar o humor de Jair. O capitão continuava enfastiado, com sua face de marido, porquê a triste figura da música de Chico Buarque.

Também pudera. A revelação do incidente da embaixada ainda estava fumegante. Raquítico até nas selfies com os aliados, o ex voltou a repartir patadas porquê nos tempos cascudos do “cercadinho” do Palácio da Alvorada.

“Não vou te responder porque tem muita senhora cá”, sapecou, revólver, à borda de cometer um desatino. Um repórter havia perguntado, porquê é obrigação de ofício, sobre a razão da “hospedagem”, com a proteção dos funcionários do governo Viktor Orbán em território brasílio.

A ira contaminou o ex-presidente e pessoas do entorno bolsonarista, conforme relataram assessores da prefeitura paulistana que produziram o evento do Municipal.

Nos bastidores, havia inclusive o temor de uma verosímil prisão preventiva no sítio do evento.

Bolsonaro viveu um real “Pânico em SP”, porquê na letra dos Inocentes, clássico grupo de punk rock da cidade.

Uma ponta de crédito nos poderes de Michel Temer foi o que ajudou a serenar um pouco a tensão dramática.

O ex-presidente (assumiu no pós-golpe em Dilma Roussef) está muito próximo do prefeito Ricardo Nunes, a quem tem ajudado nas articulações para as eleições municipais.

A mensagem passada a Bolsonaro pela equipe do prefeito foi a seguinte: Alexandre de Moraes, nomeado por Temer, não estragaria a sarau da ex-primeira-dama. O imponente Theatro Municipal não viveria esse momento de ópera trágica.

Vamos esperar as cenas dos próximos movimentos jurídicos e políticos.

Flagrante da Embaixada queima chance de asilo e fuga de Bolsonaro
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