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Lula quer que 6 ministros se reúnam com pastores evangélicos

Por Marianna Holanda, Renato Machado e Victoria Azevedo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) vai mobilizar a Esplanada dos Ministérios na missão de reagir contra a crise de popularidade entre os religiosos. Ministros de diferentes áreas serão escalados para reuniões com líderes evangélicos.

Esses encontros fazem segmento da tentativa de diminuir a resistência desse setor da sociedade com o governo. A expectativa, segundo interlocutores de Lula, é a de que as agendas sirvam também porquê uma antessala para eventuais encontros do próprio presidente com lideranças de grandes igrejas.

Uma primeira reunião já está encaminhada, segundo integrantes do governo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, deve encontrar lideranças religiosas ainda neste mês.

Em fevereiro, a pasta comandada por Nísia esteve no meio de desgaste com grupos religiosos devido a uma nota técnica sobre procedimentos de monstro legítimo. O ato acabou tendo seus efeitos suspensos em seguida pressão de bolsonaristas.

Além de Nísia, devem receber evangélicos os ministros Camilo Santana (Ensino), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Márcio Macêdo (Secretaria-Universal da Presidência).

Os nomes desses religiosos, mas, são mantidos sob estrito sigilo. Há um temor de que bolsonaristas, hoje preponderantes no mundo evangélico, possam promover uma fritura antes mesmo de que a iniciativa se concretize.
Também não há tarifa específica. A escolha dos ministérios visitados vem sendo feita em conjunto entre os aliados do presidente e representantes evangélicos.

A avaliação de lideranças evangélicas aliadas do governo é a de que ainda faltam gestos. Mesmo o suporte de governistas na Câmara à PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia a isenção tributária a igrejas é considerado insuficiente para recrutar suporte nas cúpulas das igrejas, que mantêm conexão diária com importante parcela da população.

A verdade apareceu na última pesquisa do Datafolha: 33% consideram a gestão ruim ou péssima, contra 30% na pesquisa anterior, demonstrando oscilação negativa. Um recorte específico junto ao público evangélico mostra que a reprovação, antes de 38% em dezembro, subiu no terceiro mês de 2024 para 43%.

Uma liderança religiosa, reservadamente, traduziu o levantamento: a maioria dos evangélicos não se importa se a economia está indo muito, mas quer saber de princípios e valores cristãos.

Lula muda estratégia em seguida pesquisas

O diagnóstico de interlocutores de Lula é o de que o superintendente do Executivo é, sim, “um varão de fé”. Precisaria deixar mais simples, no entanto, a influência cristã na sua vida.

Esse movimento, segundo relatos, não passaria por instrumentalizar a religião, tampouco misturá-la com política –o que o presidente buscaria ao evitar falar do tema publicamente.

A iniciativa das reuniões com integrantes do primeiro escalão do governo Lula é uma das consequências de um alerta feito por aliados do segmento evangélico há muro de 15 dias.

Eles levaram o recado de que, na toada em que está o governo, a tendência é de piora nas pesquisas e poderá permanecer tarde demais para uma aproximação. Em ano eleitoral, o cenário é visto com mais cautela.

A conversa levou a uma inflexão no núcleo do governo. Lula até cá tinha demonstrado resistência em fazer uma informação mais segmentada, até que, na última quinta-feira (4), fez um exposição em que repetiu as palavras “Deus” ou “milagre” uma vez por minuto em exposição em Pernambuco.

A fala foi feita de improviso, mas ocorreu em seguida conversas com aliados.

Há no entorno de Lula preocupações sobre porquê as orientações chegam ao presidente. Interlocutores querem passar a mensagem, de forma sutil, de que ele só precisa tornar público um tanto de religioso já existente nele, sem perder a espontaneidade e a naturalidade.

Também no contextura desse esforço foi lançada a campanha de informação “Fé no Brasil”, para substanciar o sentimento de esperança com um termo religioso.

Na avaliação de um parlamentar evangélico, esse movimento ajuda na aproximação do segmento com o governo, mas não resolve. O que vai aproximá-lo é não tratar das chamadas pautas de hábito, conta o deputado. Dentre os tabus, aliados evangélicos citaram ainda que o matéria Israel deve ser evitado a todo dispêndio pelo superintendente do Executivo. Lula subiu o tom contra o governo israelense no tema da guerra em Gaza, o que causou desgaste entre evangélicos, afeitos a Israel.

A modulação do exposição de Lula e a campanha de informação geraram críticas entre bolsonaristas. O deputado federalista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da bancada evangélica, classificou esse movimento do petista porquê eleitoreiro.

“Ele vai mudar os seus conceitos? Lógico que não. Acabou a era de enganar com os discursos, os evangélicos já estão vacinados”, disse.

Mais do que uma aversão pessoal a Lula, a posição de Sóstenes expressa um exposição de associar a esquerda e suas pautas porquê fastio a valores cristãos.

Segundo relatos, os principais interlocutores de Lula com líderes evangélicos hoje são os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Informação) e Jorge Messias (Advocacia-Universal da União). Messias é evangélico e, para o governo, uma das principais pontes do governo com o segmento.

Além desses, o coordenador do grupo de advogados Prerrogativas, Marco Aurélio Roble, também participa dessas conversas.

“É uma falsa polêmica. O presidente Lula nunca foi contendedor, sempre trabalhou pela tolerância religiosa, ampla, universal e irrestrita. Foi o melhor presidente para a comunidade evangélica e tem um saudação profundo pela fé das pessoas”, disse o jurisperito.

Já Messias, questionado se Lula deve se encontrar com lideranças evangélicas, respondeu: “A Bíblia fala que há tempo para tudo debaixo do sol. Vamos esperar o tempo de Deus. Eu estou em prece por isso”.

Lula quer que 6 ministros se reúnam com pastores evangélicos
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