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Maceió pagou R$ 8 mi para ser enredo da Beija Flor, parte em emendas

Por Redação

Enquanto Maceió ainda vive o colapso provocado pela petroquímica Braskem com o naufrágio de solo em quatro bairros da cidade, a Beija Flor de Nilópolis desfilou neste domingo de carnaval seu enredo sobre a capital alagoana, que gastou R$ 8 milhões com o desfile da escola de samba fluminense.

Chamou atenção na Marquês de Sapucaí a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que atravessou o sambódromo carioca com roupa da diretoria ao lado do presidente de honra da escola, o bicheiro Anísio Abraão Davi, e de outros políticos, uma vez que o prefeito de Maceió e seu coligado João Henrique Caldas (PL).

“Hoje, sinto imenso orgulho de prestigiar Maceió brilhando na Sapucaí”, disse Lira, deslumbrado com o desfile.

Quando o Quotidiano Solene de Maceió anunciou, em maio de 2023, o investimento da prefeitura no carnaval de outra cidade – um aporte que representou mais de 60% do orçamento da Secretaria Municipal de Cultura naquele ano -, Caldas disse que o verba seria captado via leis de incentivo e também emendas parlamentares.

O gasto da prefeitura com o carnaval do Rio causou revolta no povo de Maceió mormente pelo momento difícil da cidade.

“Esses oito milhões de reais são o maior desrespeito da prefeitura com as vítimas da Braskem e com toda a população”, afirma Neirevane Nunes, do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem.

O sinistro ambiental relacionado às atividades da Braskem em Maceió, posteriormente anos de exploração de sal-gema – matéria-prima para a produção de soda caústica e canudo PVC -, ainda assombra os habitantes de várias formas.

O naufrágio de solo obrigou a prefeitura a fechar o cemitério de Santo Antônio e estrangulou o sistema funerário da cidade. Segundo a repórter Karina Dantas, da Sucursal Tatu de jornalismo, oito em cada dez mortos na cidade em 2023 foram sepultados de forma precária, em covas rasas, nos oito cemitérios públicos. Faltam vagas no sistema público de ensino para 3 milénio crianças de 0 a 6 anos, mas apesar disso o prefeito rejeitou um projeto para construção de 15 creches em parceria com o governo estadual, uma vez que anunciou na ocasião o portal de notícias alagoano Tribuna Hoje.

JHC, uma vez que o prefeito de Maceió é publicado, precisou fabricar uma manobra jurídica em tempo recorde para fazer o aporte milionário à escola de Anísio. A Lei Municipal 7.370/2023 foi sancionada pelo prefeito no dia 8 de maio de 2023, unicamente quatro dias antes da assinatura do “termo de fomento” com a Beija-Flor. Mas o Tribuna Hoje observou que alguns artigos da novidade lei foram descumpridos, entre eles o limite de R$ 1 milhão para investimento em grandes eventos – esse valor só poderia ser extrapolado em caso de “relevante interesse público”.

Colaboração Heloisa Villela

 

Maceió pagou R$ 8 mi para ser enredo da Beija Flor, parte em emendas
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