Mensagem de servidora da Abin/restrito pilastra Juliana Dal Piva
A servidora da Filial Brasileira de Lucidez, que é casada com o subtenente do Tropa Giancarlo Gomes Rodrigues, investigado por integrar o esquema da “Abin Paralela”, contou em um grupo de mensagens de servidores da Abin que frequentava as manifestações golpistas no QG do Tropa em Brasília. O computador apreendido semana passada na operação da Polícia Federalista estava em um endereço em que a servidora vive com o marido e estava ofertado a ela, mas a PF apura quem realmente utilizava o aparelho.
A pilastra obteve cópias de mensagens que a agente da Abin enviou a grupos de servidores da Abin. Em uma das mensagens, do dia 9 de janeiro de 2023, ela defendeu os golpistas que estavam no acampamento em frente ao QG do Tropa e acabaram presos em seguida o ataque aos prédios da Rossio dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
No trecho da mensagem que a pilastra obteve reprodução, ela escreveu: “Não são golpistas. São famílias indignadas com o que está acontecendo no país. Eu mesma já participei de inúmeras manifestações no QG”, ao revelar que também frequentava o lugar.
Procurada a Abin, disse que não podia falar de seus servidores e que o nome deles possui sigilo funcional.
Questionada pela pilastra, a servidora não respondeu sobre as mensagens. A resguardo dela enviou uma nota informando que ela não possui relação com os fatos investigados e que “repudia eventuais narrativas construídas para difamar sua reputação e lamenta que factoides ligados a questões de pensão íntimo sejam expostos para prejudicar sua imagem profissional”.
Servidores da Abin contaram à pilastra que o comportamento dela nos grupos de mensagem era muito atípico para o trabalho de um solene técnico de perceptibilidade e contraditório em relação ao regimento interno que exige discrição dos agentes. Os agentes contam, porém, que ela era uma voz bastante isolada e chegou a ser removida de um dos grupos devido a essas mensagens.
A pilastra também viu outras mensagens dos períodos de crise aguda na pandemia. Essas, porém, não podem ser reproduzidas a pedido das fontes que permitiram sua leitura.
Em 2021, ela também enviou mensagens dizendo que os colegas deveriam se preocupar com uma eventual itinerário de Ramagem, em tom de campanha política. Ela escreveu: “também precisamos nos preocupar com as futuras eleições presidenciais. Bolsonaro saindo, sai Ramagem. Eu nunca vi um DG mais sincero a nossas pautas do que esse. Portanto, o tempo urge. 2022 chega aí já já”.
Já no início da pandemia, em 2020, ela apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro quando ele dificultou as ações de combate ao coronavírus que exigiam o distanciamento social. A servidora escreveu aos colegas dizendo que entendia a posição, mas afirmou que Bolsonaro não se expressava muito e precisaria de um “coach”.
A agente da Abin disse: “Não acho que é má fé (sic) e nem pouca capacidade de compreensão. Ele não se comunica muito. Ele precisaria de um coach para auxiliá-lo na informação. Ele se expressa muito mal e não tem filtro para falar. Mas na real eu entendo que a preocupação dele é econômica. Se tudo parar muita gente vai quebrar e não vai vai conseguir se reerguer. E aí aumenta criminalidade, mais gente morrendo também só que de inópia…tem muita garoto que vai pra escola pra ter o que manducar…é complicado. Não é simples assim. Todo mundo fica em lar e está tudo muito. Tem gente que se permanecer em lar vai passar inópia”.
Íntegra da nota do jurista Bernardo Fenelon, padroeiro da servidora da Abin.
“Nossa cliente não foi fim da medida de procura e consumição que envolveu as investigações. Demais, está totalmente à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer dúvidas, principalmente, porque não possui nenhuma vinculação com os fatos apurados.
Desde logo, nossa cliente gostaria de expressar que repudia eventuais narrativas construídas para difamar sua reputação e lamenta que factoides ligados a questões de pensão íntimo sejam expostos para prejudicar sua imagem profissional.
É válido ressaltar que em 10 anos de curso na Abin, atuando uma vez que psicóloga, ou seja, sem qualquer vinculação com áreas de perceptibilidade, não respondeu sequer a um processo administrativo.
Ainda, do ponto de vista técnico, é preciso realçar que a divulgação indevida de dados de servidores da filial (nome, endereço, registros cartoriais etc), conforme a legislação vigente, configura um ilícito. Exatamente por não ser investigada, até o presente momento, nossa cliente não teve seus dados divulgados”.
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