Por Chico Alves
As investigações da Polícia Federalista sobre a atuação do chamado “Gabinete do Ódio” do governo de Jair Bolsonaro (na verdade uma espécie de milícia do dedo) e outras ilegalidades cometidas no período concluíram que líderes caminhoneiros que não eram alinhados com os bolsonaristas se tornaram alvos de monitoramento proibido pela Filial Brasileira de Perceptibilidade (Abin).
Segundo os jornalistas Dimitrius Dantas e Thiago Bronzatto, de O Orbe, os dados estão registrados no sistema israelense FirstMile, usado pelo órgão entre 2019 e 2021 para vigiar a localização de pessoas por meio da conexão do celular.
O portal ICL Notícias falou com dois líderes caminhoneiros que foram monitorados. Tanto Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Vernáculo dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), quanto Wallace Landim, publicado uma vez que Chorão, presidente na Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), se recusaram a mobilizar seus associados para manifestações golpistas, seja fechando estradas ou participando do 8 de Janeiro.
Ambos foram muito críticos à gestão Bolsonaro, por entenderem que as condições de trabalho da categoria ficaram longe do prometido, com preço de combustível cimo, valor do frete ordinário e outros problemas, que não foram tratados nem pelo presidente e nem pelo ministro da Infraestrutura da quadra, Tarcísio de Freiras.
A seguir, os dois falam sobre a confirmação de que estavam sendo alvos de arapongas:
Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Vernáculo dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL)
“É um sem razão ser investigado por ser sindicalista, por militar em prol da categoria. E ainda mais que nesse caso é uma investigação proibido. Não está evidente o que esses caras fariam com informação que tinham. Uma coisa é você ser investigado dentro de um sistema democrático, dentro de um limite, dentro da dinâmica da luta de classes, que tem sempre. Outra coisa é mourejar com ilegalidade, com os caras que são truculentos, que não aceitam o contraditório. Isso sim, é preocupante.
Eu sabia, tiha um sinalzinho estranho no celular. Não acredito que ele só estejam sabendo da tua localização, mas escutando o que tu tá conversando
Eles devem ter ido à loucura quando ficaram sabendo que eu estava em Cuba, em agosto de 2021, por exemplo. Deve ter oferecido qualquer choque em qualquer genera, que deve ter falado: ‘esse comunista!’ Esses caras são paranóicos, né? Se tu, se tu, por exemplo, eh, eu
A CNTTL ingressou na Justiça contra a Abin, quando circularam as primeiras informações de que fui monitorado. Movemos um processo, tem que ver com o jurista uma vez que está”.
Wallace Landim, publicado uma vez que Chorão, presidente na Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores)
“A gente fica surpreso, né? Porque a gente sempre defendeu o segmento do transporte e não quero ter o perfil de de proteger candidato A ou B e contra governo A ou B. Portanto, a gente fica triste por saber que estava sendo monitorado.
E a gente entende com muita chateação que em vez de estarem preocupados com o segmento dos motoristas, eles estavam monitorando quem eles [do governo Bolsonaro] achavam deviam monitorar quem eles achavam que eram personagens chave e quem eles achavam que traria risco para o país.
Quase todos eram os caminhoneiros que não concordavam com o governo.
É uma investigação de indumento proibido e mostra que o governo agiu de forma truculenta. Era uma forma de te deixar assustado, de intimidar.. Algumas coisas não avançaram no transporte porque a categoria acertava com o Tarcísio de Freitas (na quadra Ministro da Infraestrutura) e zero.
Era esse governo que jogava nas quatro linhas? Aí comete um ato de ilegalidade desse tipo? Com essa confirmação, vou entrar na Justiça para proteger meus direitos”.
Deixe seu Comentário