A Polícia Federalista investiga se o ex-diretor-geral da Filial Brasileira de Perceptibilidade Alexandre Ramagem atendeu a pedidos de entrada ilícito de informações do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro no período em que disputava as eleições de 2022 e também pouco antes de Jair Bolsonaro deixar a presidência da República.
Nesse período, Ramagem já não estava mais na Abin. Ele deixou o função em março de 2022 para disputar uma vaga para deputado federalista pelo Rio de Janeiro e foi eleito.
A poste apurou com fontes da PF e do MPF que a mensagem enviada por Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos Bolsonaro desde 2013, para Ramagem pedindo informações sobre um questionário envolvendo “PR e 3 filhos” que estaria com a delegada Izabela Muniz Ferreira foi enviada no dia 9 de novembro de 2022. No print usado para o pedido de procura, não estava mencionada a data que agora é revelada pela poste.
Portanto, o pedido feito por Luciana foi realizado dias em seguida o término do segundo vez em que Bolsonaro foi derrotado para o presidente Lula faz com que os investigadores também observem se Ramagem atuou ilegalmente nos meses em que já não estava mais no função de diretor-geral da Abin.
O Ministério Público Federalista (MPF) aponta que a “assessora Luciana solicitava do portanto diretor-geral da ABIN ‘ajuda’ relacionada ao Interrogatório Policial Federalista em curso em unidades sensíveis da Polícia Federalista”.
Os investigadores apontam que um “núcleo político” possivelmente se “valia do Del. ALEXANDRE RAMAGEM para obtenção de informações sigilosas e/ ou ações ainda não totalmente esclarecidas”. O MPF informa ainda que “não seria facto avulso”. O STF foi notificado que Ramagem imprimiu, em fevereiro de 2020, informações de inquéritos eleitorais em curso na Polícia Federalista que listavam políticos do Rio de Janeiro.
Carlos Bolsonaro foi branco na segunda-feira (29) de operação da Polícia Federalista que apura desvios cometidos na Abin (Filial Brasileira de Perceptibilidade) durante o governo de Bolsonaro. A procura e inquietação foi autorizada para a morada de Carlos e também na Câmara Municipal do Rio.
As diligências de procura e inquietação ocorrem em Brasília–DF (18), Juiz de Fora–MG (1), São João Del Rei–MG (1) e Rio de Janeiro–RJ (1).
OPERAÇÃO ÚLTIMA MILHA
A operação é uma prolongação das investigações da Operação Última Milha, do último dia 20. As provas obtidas a partir das diligências da Polícia Federalista à quadra indicam que havia um grupo criminoso que criou uma estrutura paralela na Abin.
O esquema, diz a PF, usou ferramentas e serviços daquela dependência de perceptibilidade para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, além de obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da PF.
A PF afirma que os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.
RAMAGEM ALVO
Na quinta-feira (25), o deputado federalista Alexandre Ramagem (PL–RJ) foi branco de procura e inquietação da PF nessa mesma investigação.
Além dele, o policial federalista Felipe Arlotta Freitas, um dos homens de crédito do ex-diretor da Abin, foi branco de procura e inquietação.
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