Por Gabriela Moncau — Brasil de Veste
Três policiais militares (PMs) da Rocam agrediram, com cassetete e taser, um jovem preto desmanchado e sem camisa em Piracicaba (SP), nesta segunda-feira (1º). Ele estava sentado na lajeada, conversando com amigos, quando presenciou a abordagem de um companheiro pela PM e se aproximou. Ao se negar a trespassar do lugar, de harmonia com sua mana, Priscila Padilha, foi atacado pelos agentes.
O rapaz de 21 anos, portanto, entrou na mansão dos pais para pedir ajuda. Sem mandado, os agentes vão detrás. O pai, de cadeira de rodas, tentou impedir a perpetuidade da violência e também foi agredido. Testemunhas filmaram secção da ação.
O incidente aconteceu no bairro Cantagalo. Segundo a mana do jovem as cenas ocorridas antes e depois dos vídeos são ainda piores: envolvem tortura e ameaço de morte. De harmonia com a família, o rapaz foi levado pelos policiais para um ginásio e espancado. Cuspindo sangue e com arritmia cardíaca, foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois para a delegacia. O caso foi registrado uma vez que desacato e insubmissão.
No início da noite desta terça-feira (2), a comunidade organiza uma sintoma contra a violência policial no lugar onde houve a abordagem. “A população está revoltada, se sentindo de mãos atadas. A única coisa que a gente pode fazer é reivindicar. Tem que se reunir, tem que falar sobre, tem que ir para cima”, afirma Priscila. “Se daqui a uma semana eles forjam meu irmão na rua, vai permanecer explícito que é perseguição contra ele”, atesta. “Vidas negras importam”, diz o chamado do ato.
Recebi imagens chocantes de violência policial em Piracicaba (SP). Isso é inadmíssivel. Já enviei ofício à Secretaria de Segurança para que haja investigação da conduta dos agentes e medidas disciplinares cabíveis. Ou por outra, exigi atendimento psicológico às vítimas. pic.twitter.com/VYyQ1iD2yZ
— Guilherme Cortez (@cortezpsol) April 2, 2024
O que aconteceu?
De harmonia com a família do jovem agredido, amigos tomavam cerveja na lajeada na tarde desta segunda-feira (1º), quando um deles foi buscar moeda em mansão e foi parado pelos policiais.
O irmão de Priscila se aproximou para escoltar a abordagem. Chegou a entreter com o companheiro, dizendo para ele não olvidar de, depois, voltar com mais bebida. Um dos policiais ordenou que ele saísse. O jovem argumentou que tinha o recta de estar ali, em via pública, tomou um soco na rosto e caiu no solo. As agressões continuaram. Entre choques e cassetadas, conseguiu se desvencilhar e ir até a mansão dos pais, momento em que testemunhas começaram a filmar.
“Ameaçaram meu irmão, dizendo que se ele furar a boca, vão matar ele, a namorada, o pai, a mãe”, denuncia Priscila, ao descrever a sensação de susto. Enquanto falava, ouviu uma sirene. “Ah, é uma ambulância”, se aliviou.
“Quando meu irmão chegou na delegacia, já estávamos eu e o jurisperito esperando por ele. Depois tomaram os depoimentos. E a polícia ali o tempo todo querendo oprimir, quando a gente estava na frente da delegacia, os policiais falando que iam prender a gente por desacato”, relata Priscila.
O que diz o governo de São Paulo sobre a atuação dos PMs?
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) – comandada pelo ex-policial da Rota Guilherme Derrite (PL) – informou que foi instaurado um Questionário Policial Militar e que apura a conduta dos agentes.
Em nota, a SSP-SP afirmou que os policiais “estavam em patrulhamento” quando, “ao tentar realizar a abordagem a um motociclista, um varão de 21 anos interveio. Foi necessário o uso do taser (arma de choque) para contê-lo. Durante a ação, seus familiares hostilizaram a equipe. Ele foi impedido e levado à delegacia, onde prestou testemunho na presença de seus advogados. As investigações prosseguem na Delegacia Seccional de Piracicaba”.
A pasta não respondeu sobre a ingressão em morada sem mandado de segurança e nem sobre a denúncia de tortura no ginásio antes de irem à delegacia.
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