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WhatsApp corta verba para checagem de informações em ano eleitoral

Por Patrícia Campos Mello

(Folhapress) – Em pleno ano eleitoral, a Meta cortou recursos para checagem de fatos no aplicativo WhatsApp. Segundo checadores brasileiros ouvidos pela reportagem, o namoro nos contratos passa de 30% em alguns casos.

As agências de checagem fazem verificações de fatos na plataforma de mensagens a partir de denúncias de usuários sobre informações falsas. Mas os checadores afirmam que foram comunicados sobre cortes nos valores de seus contratos para 2024. As eleições municipais brasileiras serão realizadas em outubro.

Especialistas apontam que boa secção da desinformação eleitoral circula por WhatsApp, principalmente nos grupos públicos, aqueles que podem ser acessados por links abertos.

Na contramão dos esforços para combate à desinformação, o WhatsApp lançou no ano pretérito canais reunindo um número infindo de seguidores e que permitem a distribuição massiva de mensagens, inclusive com áudios e enquetes. O recurso é semelhante aos canais do Telegram.

A Meta teria alegado dificuldades da empresa ao informar sobre o namoro em checagem de fatos no WhatsApp. Entre novembro de 2022 e maio de 2023, a empresa demitiu milhares de funcionários.

No ano pretérito, porém, a empresa obteve lucro líquido de US$ 39,1 bilhões, subida de 69% em relação a 2022. Segundo os checadores, seus contratos com o Facebook não sofreram cortes. Mas não tiveram reajustes, nem pela inflação, desde 2021.

Os cortes em checagem não se restringem ao Brasil. Segundo o site “The Information”, o WhatsApp reduziu o valor talhado a checagem em outros países, no ano em que quase 3 bilhões de pessoas irão às urnas —inclusive na Índia, que realizará a maior eleição do mundo entre abril e maio e é o país com maior número de usuários do aplicativo. O Brasil vem em terceiro lugar, detrás de Índia e Indonésia, que realizou seu pleito presidencial em fevereiro.

Os checadores no Brasil e no mundo dependem pesadamente de contratos com a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. A empresa deve manter o mesmo número de checadores parceiros em relação ao ano pretérito e projetos suplementares para as eleições.

O que diz o Whatsapp?

Em enviado, o WhatsApp afirmou manter os investimentos levante ano. “O WhatsApp tem orgulho de ser parceiro de mais de 50 organizações de verificação de fatos, inclusive no Brasil, que usam produtos do WhatsApp para fornecer uma maneira para as pessoas fazerem perguntas sobre possíveis informações falsas. Somos o primeiro aplicativo de mensagens a ajudar as organizações de checagem de fatos e vamos continuar esses investimentos levante ano.”

Na sexta-feira (8), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) baixou uma solução de propaganda que coloca mais pressão sobre as plataformas. As empresas passam a ser responsáveis por teor antidemocrático ou publicações que solapam o processo eleitoral.

Reportagem da Folha de S.Paulo sobre o tema mostrou que juristas, representantes das big techs e entidades da sociedade social acreditam que a solução é ilícito, pois violaria o Marco Social da Internet.

O ponto nevrálgico é o cláusula 9E. Ele estabelece que as plataformas de internet serão solidariamente responsáveis “social e administrativamente quando não promoverem a indisponibilização imediata de conteúdos e contas, durante o período eleitoral”.

WhatsApp corta verba para checagem de informações em ano eleitoral
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