A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou um documento para comentar a inflação de 2024 e as perspectivas para 2025. Para a entidade, se o Banco Central tiver de realizar o trabalho de combate à inflação sem a coordenação com a política econômica, o choque de juros terá de ser muito elevado e pode comprometer o bom desempenho da atividade visto até o momento. “Neste sentido, é importante que a política fiscal também continue dando sua contribuição.”
A entidade diz que o Ministério da Fazenda já começou a fazer sua parte no fim do ano passado, com o pacote de ajuste de gastos, mas que não se pode parar por aí. “Precisamos avançar com essa pauta, considerando inclusive as condições ainda bem adversas e incertas do cenário internacional, que tem se mostrado cada vez menos benigno para os países emergentes. Com um fiscal interno mais robusto, evitaremos uma piora mais aguda da inflação e do poder de compra da população, sem comprometer demasiadamente a economia.”
A Febraban aponta que a dinâmica da inflação de 2024, que ficou em 4,83%, reflete o atual cenário econômico brasileiro, caracterizado pelo nível de atividade surpreendente, especialmente a demanda
interna (consumo e investimento), que tem mostrado um forte dinamismo, muito provavelmente acima da capacidade produtiva, além da forte depreciação recente do real. “Tais fatores têm aumentado a preocupação com a trajetória futura da inflação. Não à toa, temos visto uma constante revisão para cima das projeções para este e os próximos anos.”
Ela lembra que, para 2025, o consenso do mercado já espera um IPCA de 5,0%, o que também levaria ao estouro do teto da meta, de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. “O cenário não é de descontrole, embora preocupante, e a autoridade monetária tem feito um trabalho muito diligente.”
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