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Só 3 deputadas gaúchas deram verba para prevenir desastres

Por Igor Mello

O impacto de três eventos climáticos extremos em 2023, que deixaram um saldo de 80 mortos e provocaram inundações em diversos municípios, não sensibilizou os parlamentares federais gaúchos a destinarem emendas para mourejar com prevenção a desastres. A poste localizou somente quatro repasses, que totalizam R$ 2,5 milhões, em emendas individuais, de bancada ou de percentagem para prevenção de desastres, resguardo social, ações de cunho ambiental ou de mitigação das mudanças climáticas no orçamento de 2024.

Os deputados federais e senadores do Rio Grande do Sul no Congresso destinaram quase R$ 1,6 bilhão em emendas individuais e de bancada para o estado em 2024, fazendo 408 aportes diferentes. Recursos que poderiam custear projetos para mitigar tragédias uma vez que as ocorridas nessa semana no estado, com 39 mortes e 68 pessoas desaparecidas por conta do volume de chuvas que provocou problemas em mais da metade dos 496 municípios gaúchos.

Só três deputadas enviaram recursos para mourejar com a situação: Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez duas emendas, num totalidade de R$ 1,7 milhão, para a elaboração de projetos de prevenção à erosão costeira e para gestão socioambiental. Maria do Rosário (PT-RS) e Reginete Patriarca (PT-RS) disponibilizaram, respectivamente R$ 500 milénio e R$ 300 milénio para ações de ensino ambiental. Os dados são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento da União (Siop), sistema que registra a destinação das verbas federais.

A poste perguntou ao governo do Rio Grande do Sul quais emendas tinham sido destinadas para o estado com o objetivo de prevenir desastres, mas não obteve resposta.

Uma das justificativas usadas por deputados e senadores para defenderem o controle de fatias cada vez maiores do orçamento pelo Congresso é de que eles conhecem melhor os interesses dos eleitores de seus redutos eleitorais do que o governo federalista. A tese tem uma vez que principal porta-voz o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Para onde vão as emendas gaúchas

Nesse montante de quase R$ 1,6 bilhão, o maior volume de repasses vai para transferências diretas às prefeituras e para a saúde –dimensão que fica com 50% do totalidade de recursos, segundo as regras orçamentárias. Porém, também tiveram destaque obras de pavimentação de estradas –incluídas em rubricas vinculadas aos ministérios da Cultivação e da Integração Pátrio.

Outros temas mais distantes da população também mereceram mais recursos que os desastres ambientais. Projetos de infraestrutura turística levaram R$ 8,9 milhões, enquanto a adequação de ativos de infraestrutura de quartéis das Forças Armadas mereceu R$ 4,79 milhões.

No caso das emendas de percentagem e dos sobras a remunerar do orçamento secreto (as chamadas emendas do relator) ou das emendas RP2 distribuídas pelo governo Lula em 2023, não é verosímil ter informações precisas sobre os municípios e estados beneficiados. No entanto, a poste não localizou nenhum repasse dessas fontes para mourejar com a emergência climática no Rio Grande do Sul.

Só 3 deputadas gaúchas deram verba para prevenir desastres
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