Saúde

Ianomâmis: “Só se compara à África subsaariana”

Mais de mil indígenas foram resgatados em estado grave por equipes de saúde na terra ianomâmi em Roraima nos últimos dias, afirmou o secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba. Segundo ele, essas pessoas sofrem principalmente com malária e desnutrição grave. Os resgatados estão sendo encaminhados ao posto de Surucucu, unidade de referência na região, e os casos mais sérios são levados para o Hospital de Boa Vista, em Roraima. Tapeba ainda relatou ter visto garimpeiros armados no território, enquanto participava dos resgates, que só teria sido possível graças ao apoio de segurança da Força Aérea Brasileira. (g1)

Para ler com calma. Pelo menos 1.556 crianças ianomâmi têm déficit de peso, conta Rubens Valente. Representam quase um terço das crianças ianomâmi. Para o médico Paulo César Basta, doutor em Saúde Pública, os números só são comparáveis “aos dados de crianças da África subsaariana”. (Agência Pública)

Foi uma calamidade anunciada. O procurador da República em Roraima Alisson Marugal, que tem denunciado a situação na comunidade ianomâmi desde 2017, disse que as operações coordenadas no governo de Jair Bolsonaro foram feitas para não funcionar. Segundo ele, houve falta de empenho da Funai e de outros órgãos que deveriam combater o garimpo na terra ianomâmi para realizar ações de saúde com a população indígena. Em 2020, o Ministério Público Federal (MPF) havia alertado o governo sobre a escassez de alimentos no grupo indígena em Roraima e pedia a compra de produtos para a comunidade. Mais de um ano e três meses depois, a Sesai não havia atendido. O líder indígena Junior Hekurari, presidente do conselho distrital de saúde indígena ianomâmi disse à GloboNews que enviou mais de 60 pedidos de auxílio ao governo Bolsonaro. Todos ignorados. A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) também havia classificado a situação como “extremamente grave”, principalmente pela questão do garimpo ilegal e da saúde dos povos originários. Em resposta, o governo minimizou a situação, dizendo que as medidas apontadas pela Corte estavam sendo cumpridas. (Estadão, g1 e CNN Brasil)

Em conversa com seus apoiadores em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que, durante uma viagem que fez a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, em 2021, teria perguntado aos ianomâmis da região o que eles queriam, e a resposta, segundo ele, teria sido “internet”. (Folha)

Ianomâmis: “Só se compara à África subsaariana”
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